quinta-feira, 15 de março de 2012

Em Vermelho

For me you were always a woman.
With that pony tail shaking in the wind behind you, playing with your dad with those sweat drops of sweet running down your face.
When you grew up, going out for the Halloween, wearing that heavy make up.
Or..........
Where you running, scared of your drunk dad with sweeat drops of tears rolling down your face, with your pony tail shaking behind you?
Or were you running off your home, to never come back, with a purple eye, wearing a red dress ready to sell yourself in the night?
Sorry, my sweet pea.
My little plastic eyes see just what they want to see.
Just what you wanted it to be.
I see all up there on the shelf.
What's about that other man, now? Does he treats you just like your dad?
Is that why you are lying there, on the floor (not moving, not moving) in a puddle of red?

quarta-feira, 14 de março de 2012

                         Torn up heads without a face
A face without a smile
                              Smilling a hopeless end

Nada

É estranho conhecer pessoas novas...
Completamente estranho.
Pensar que aquela morena sensacional, aquele pálido e esquálido rapaz, existiam antes de nós os virmos andando por aí. Estávamos no mesmo mundo e não sabíamos, não fazíamos ideia.
Olhe para o lado, vê essa pessoa? Ela teve traumas na infância, teve alegrias, fez brincadeiras e malfeitos.
Essa pessoa já chorou por um amor perdido, tem uma cor preferia (mesmo que não saiba disso. Provável que exista uma cor qual boa parte de suas roupas são).
Você já tinha pensado nisso?
Todos esses rostos a sua volta, todos tem uma história, cada cicatriz, cada ruga... E você não sabe...
De nada.

Fuga

Eu vi girassóis em um vaso.
E eles eram iguais a mim.
Presos a terra que os criou, mas sempre olhando para o sol querendo fugir.

Máscara.

Gosto de brincar de estranhos.
Eu sou ela.
Você é ninguém.
Então nos encontramos e perguntamos do que o outro gosta apesar de sabermos até como o outro procede em seus momentos mais íntimos e sexuais. Ignoramos o fato de sabermos como um astrônomo sabe as estrelas, cada marca do corpo um do outro.
Eu sou ninguém.
Você é ele.
Então nos encontramos, eu finjo ser outra pessoa, outra personalidade. E você finge ser seu ego.
E sempre me conquista.
Sempre me tem.
Não importa que vida eu tenha, que personagem eu interprete no grande palco de tragicomédia que é a vida, minhas linhas sempre se embaralham com as suas, e nós cantamos o mesmo dueto em oitavas diferentes, não existe dissonância.
Não existe discordância.
Só eu e você, nus como somos no palco sem luz e sem cortinas da vida, de mãos dadas esperando nossa vida juntos começar.

Amor tendencial.

Sentava-se em uma sala ROXA. As janelas mostravam um céu de flores ROXAS de papel ROXO. Sua cadeira era de um vermelho profundo quase... Roxo.
Sabe o que as pessoas dizem da apatia? Ela destrói, corrompe e corroí. Ela gera a tristeza e a tristeza destrói. Ela gera a vontade de se mudar o estado e se corrompe a alma...
À anos sentava-se em seu trono de couro roxo olhando pela única janela, seu vestido roxo se fundia às cortinas, tinha a impressão que seu corpo já se fundira à cadeira, podia sentir os tendões a ligando à ela, ligando-a àquela prisão de cimento, madeira e ferro. Tinha medo de se levantar e descobrir que era o mesmo que rasgar pele e osso, como amputar um braço com uma pequena serra. Então se contentava à olhar pela janela.
Sempre a janela.
O rosto estava coberto por uma máscara branca imaculada e sem feições, seu rosto era liso, reto e redondo, a vida não podia ter vaidade. 
E se ela se distraísse?
Dizem que a vida é linda e é a felicidade, mas a vida é a maior das tristezas, é o início da dor, o início dos sofrimentos e tão logo começa e já existe a dor do ar arrombando-lhe os pulmões. Fora assim com ela seria com todos.
Nascera, tivera filhos e então a vida aconteceu, A MALDITA E ROXA VIDA.

Aquilo não era vida. Aquilo era existência. Sobrevivência. Aqueles soldados que via pela sua janela roxa sabiam disso tanto quanto ela, sabiam como é viver sem quem ama, como é sobreviver a cada dia. E as mulheres desses soldados, que ela via tão frequentemente quanto por sua janela, também sabiam como ela como é saber que quem se ama já morreu, se não no corpo, na alma e na personalidade. A guerra muda a todos.
Mas não é hora e nem lugar para filosofia barata, frase que as pessoas deviam aprender. Levantou o rosto liso e sem órbitas para frente, e... Ah... Ele estava ali. Seu amor. Seu carcereiro.
Ah e ele era tudo o que ele significava, o amor prende, o amor destrói, nos deixa cegos e apáticos, tortura-nos até o suicídio, e isso se não faz os que sentem fazerem esse favor.
Ah ele a matara. Levara-a dos filhos e do marido que tanto amava, levara-a para aquela cela onde seria só dele, dançando para sempre na mão do possessivo Amor, fechando seus olhos, olhos que deveriam ser de todos, e se deitando nos braços que também deveriam ser de todos.
Ele odiava seu corpo, era a única emoção que não ficava dormente enquanto seu hospedeiro vivia, não, não, ele não, o Amor mata o hospedeiro e toma conta de seu corpo, ama o dela e odeia o seu próprio.
- Voltas para mim?
Pergunta.
- Sempre.
Responde.
Ela aquiesce, baixa o rosto.
- Viu algo que a agradou hoje?
Fez um gesto abrangente para a janela servindo-se de uma taça de vinho. Ele dera a janela de presente à ela, para que ela assistisse todos os corpos inertes à qual ela dera alma e vida, dera para salvá-la da loucura, mas nem isso mais servia, ela se cansara de só ver as pobres criaturas vivendo, queria ela mesma sair, isso antes, agora queria apenas ela mesma morrer e levá-lo consigo.
- Não vi nada além do vento.
O Amor sorriu. Antiga piada, tão familiar... Sentiria eterna falta dela se a perdesse e é por isso que nunca. NUNCA, a deixaria ir. O ciúme é algo roxo.
- Pegue seu guarda chuva e me siga ao abrigo.
Ele tilintou a taça e ela chorou. Lágrimas são águas salgadas, como o mar, quem as prova enlouquece.
- Quero me jogar da janela. Quero provar o gosto da terra e a sensação do céu.
Ela chora.
- Nunca irá. Será sempre minha.
Ele sorri, mas também chora.
- Eu posso ir e te amar, posso ir e posso voltar, posso ir e chorar a minha loucura a beira mar.
O Amor levanta os olhos e ri, claro que não, não acreditava nela, ela o deixaria. Se a deixasse ir ela o abandonaria, a amara pelo amor que ela tinha na alma e mesmo que nada desse amor ainda restasse... Ele ainda a amava, mesmo que por pura convenção e não poderia deixá-la ir, se ela fosse seria do mundo e ela não era do mundo era DELE. Sabia que todos a tinham assim que nasciam, mas era só se ela saísse seria de todos todo o tempo, não deixaria, não poderia.
- NÃO. NÃO PODE.
Ele jogou a taça aos pés dela e por mais que ela pudesse ler a preocupação nos olhos dele ele nada fez além de empurrar uma mesa que ele usava para escrever seus contos contra a parede.
O nanquim se fundiu com o vinho e o sangue e a cor era linda... A cor do céu quando se queima.
Odiava quando ele fazia aquilo, estava indefesa ali, presa biologicamente à uma cadeira ROXA, o que aconteceria se a Vida encontrasse A  Morte? Era algo que a tempos vinha querendo saber, era só pular a janela. Talvez ele continuasse a destruição indefinidamente até nada mais haver ali, no topo da torre, mas estava cansada de ver isso, sempre via e pensava, talvez debaixo daquela máscara branca seus olhos teriam marcas roxas de cansaço .
- Chega...
Ele não ouvia, o Amor era surdo quando queria, cego quando convinha e falava até de mais quando o silêncio é extremamente apreciável, só quebrava aquele quarto antigo como varetas e quando parasse, choraria, pediria desculpas e no dia seguinte tudo estaria lá, como no dia anterior. Sempre roxo. Então ela se pouparia.
- Amo a Morte.
Ele parou. E a fitou longamente com aqueles olhos castanho-mel, tão suaves... Quase dourados. Talvez ele não entendesse, o que a Vida iria querer amando a Morte? Mas era algo natural, ambos sempre estavam presentes na vida, sempre acompanhando de perto uma alma, quando a Vida saí a Morte entra, e nessas trocas ela o via de relance, o sorriso assustador para sempre entalhado no osso do crânio feito para amedrontar aqueles que agiram mal e receber os que sabem que agiram bem, ela sempre o observava, naqueles rápidos segundos quando um entrava e o outro saía.
Percebeu quando a Morte deixou sua forma existencial e tomou a de um humano, um rapaz extremamente alto de mãos estranhamente longas, os cabelos eram muito negros, eram puro ébano, quase podia ver neles as assas de um corvo, eram curtos e arrepiados como se alguém o tivesse cortado com uma faca cega, o sorriso ainda estava lá, só que costurado na pele pálida e lisa, lisa de rugas e de marcas, lisa como um osso. E seus olhos. Seus olhos eram sombreados e nada se podia ver ali, como as profundezas das órbitas de uma caveira, mas se fosse uma aposta diria que seriam da cor do outono, a estação que traz a morte do que é vivo para que possa acontecer nova vida.
- Falas metaforicamente, certo? Falas apenas desse seu novo capricho de suicídio.
Ele perguntava, mas ela sabia que ele tinha entendido, sabia pelo jeito ácido que sua voz saiu, desafinando, corroendo em um falsete acidental. A Vida ficou parada, quieta e apenas olhou para a janela, vendo uma linda jovem loira em seus derradeiros momentos e sobre ela estava a Morte, com o rosto imensuravelmente triste e uma criança pequena nos braços, não pode vê-la direito, mas sabia que não tinha lhe dado vida, aquela era uma criança imortal ou pelo menos semi imortal, era dona da própria existência assim como ela, como a Morte e os pecados, não precisavam roubar dela a vida para respirar. Tão logo viu a criança, sentiu o coração amolecer, queria cuidar dela, dar à  ela uma família, uma mãe, talvez já tivesse uma... Mas a esperança é como a vida não? Não morre.
E todo esse tempo o Amor também olhava pela janela viu o que ela escolheu ver e então soube que ela quis dizer, e agora não poderia fazer o que mais sabia, mentir para si mesmo.
- Então está bem... – suas mãos tremiam como conchas nas mãos da ondas. – Então...
Os lábios dele tremiam, e seus cabelos ruivos caíam sobre os olhos como a máscara da loucura.
- Então... Vou te entregar para seu amado.
Ele era um borrão branco sobre o marrom sóbrio das lascas no chão, e as rudes mãos dele em seu pescoço era quase como uma canção doce de alívio, o sangue jorrou, golfando das costas dela quando os dois caíram do chão. Amor tinha tirado seus olhos dela para que ela jamais pudesse olhar para outro novamente...  E foram essas órbitas vazias da máscara, e as dela mesma, proibitivas órbitas que viam sem ver para a cadeira, pedaços do seu vestido e de sua pele e tendões estava ali, então de fato era como rasgar osso e pele,  ela sorria por de baixo da máscara, convulsiva sob as mãos duras dele.
 Ele a sacudia a batendo no chão e a dor era como uma explosão de fogos de artifício feito de agulhas e não de luz em sua cabeça e pele. A mascara, a marca de sua prisão caiu do rosto ricocheteando pelo chão antes de rodar até entrar em repouso no chão onde permaneceria por muitos outros séculos, os cabelos negros dela tinham crescido envolvendo o rosto como uma segunda máscara só que feita dela mesma, e por detrás dele... Onde eram para ter olhos violeta da Vida, haviam dois buracos vermelhos e vazios que observavam seu amado e sua criança sorrindo para ela, ela estendeu a mão para ele quando o último suspiro de ar lhe escapava, ele tinha vindo buscá-la.
- Eu te amo.
A Morte sorriu, e o Amor gritou.
A Morte sentia a alma quente daquela moça agradável se suavizar em sua mão, como criança que a muito sente falta do carinho do pai, não queria deixá-la lá para qualquer coletor de almas vir e roubar aquela bela essência para mercados sujos, então a guardou com carinho no bolso, onde guardava o que importava e só esperou, sabia que logo, logo, aquele moço seguiria a mulher, ela deixara a vida sem o ar, e ele se lançaria pela janela em direção do mesmo, em direção à tantas vidas feitas pela moça, e se lançando pela vida, encontraria a Morte.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Palavra.

Eu estava com saudades de você, de certa forma, conversar com você me fazia sentir mais do que bem. E depois de tanto tempo eu pensei novamente em você, e foi como se nunca eu tivesse parado, e em minha boca formaram-se palavras que eu quis lhe dizer, elas escorriam pelo meu queixo. Mas onde estava você? Eu não sabia, não tinha como saber.
Eu ia lhe procurar, nem que para isso tivesse que fazer as coisas que mais odeio. Queria apenas lembrar aqueles tempos em que conversávamos, no tempo em que olhávamos as nuvens enquanto você tocava alguma música no violão.
E então quando menos espero você me aparece, por detrás de um vidro em alta velocidade, eu gritei seu nome. Pelo menos o que para mim sempre foi e sempre será seu nome.
Os vidros diminuíram a velocidade, eu olhei para trás em câmera lenta, e vi você correr na minha direção, eu sorri enquanto descia do carro e corria até você.
Abracei-te forte e disse: